Toda vez que eu observo-o sinto que um dia ele poderá me afogar pela sua bagunça. Posso muito sentir que um dia ao não conseguir respirar ache aquilo tudo bonito e natural. Enquanto meu corpo busca ar minha mente estaria feliz pra caramba!
Existe uma luminária bem no centro, toda vez que eu entro no quarto direciono-a pra algum lugar qualquer. Aparecem sombras atrás de tudo jogado e bagunçado. Penso que só as sombras podem realmente serem grandes e ao mesmo tempo estranhas e quiétas.
O computador no quarto tem papel fundamental. Estando na frente de sua tela um universo de esperança passa tomar conta do quarto. Eu acho que naquelas horas gastas posso derrepente me tornar inteligente, um musico melhor, posso trazer pessoas de volta, posso passar meu tempo sem percebe-lo existir, posso ser feliz.
Mas só quando observo meu quarto, consigo perceber que é e sempre será uma esperança vaga sem fundamento.
Existe meu violão do lado da cama, livros jogados em cima da mesa, experiências incompletas espalhadas pelo chão. Mesmo com tudo isso preciso ainda ter esperança de algo que não pode existir. Algo que em relação ao quarto todo é uma ilusão. Uma ilusão das mais vagabundas! Exclue a beleza do formato da bagunça em si, pra impor um gosto distante e definido que no real só me deixa parado.
Na parede do lado oposto ao da minha cama fica preso um mural onde contêm fotos, desenhos e cartas. Como se só aquele retangulo pudesse aprisionar lembranças distantes. No fundo, no fundo, o quarto todo aprisiona lembranças, mas naquele mural elas ficam mais bem expostas. É como se só o que esta preso fosse bom de se lembrar. Penso as vezes em encher meu quarto de murais e prender tudo que achar pela frente. Talvez seja legal ter uma garrafa de wiscky presa na parede e lembrar que teve um dia que não me lembrei de nada.
Toda vez que percebo a existencia do ambiente formado por mim no decorrer do tempo, penso como existe um mundo ainda gigante para descobrir. Como talvez esse mundo gigante pudesse estar em um cubo de concreto todos os dias, que ao mesmo tempo luto involuntariamente pra não perceber isso.
Hora de desligar isso e achar tudo bonito e curioso mais uma vez.
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